quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O uso do verbo haver como impessoal

O uso do verbo "haver" é um pesadelo para os estudantes! Você já sabe tudo sobre ele? Se não, inicie seus estudos já, pois é quase certo cair questões com o verbo "haver" em concursos públicos e no Enem!

Vamos lá. De suas 26 possibilidades de uso que registra o dicionário Houaiss, duas são de especial importância e, diga-se de passagem, são as que mais caem em provas de português! As duas possibilidades são: o verbo HAVER no sentindo de existir e no sentido de tempo decorrido.

1. O verbo “haver” nos sentidos de “existir”, “acontecer”, “ocorrer” é um verbo impessoal, ou seja, não possui sujeito, e é empregado na terceira pessoa do singular, independente do tempo verbal. Veja:

Ex.:
Havia pássaros no céu.
muitas vagas ainda.
Não sei se ainda , mas havia muitas vagas.
Não haverá mais pássaros no céu se continuarmos a destruir seu habitat.

Atenção! É muito comum o emprego do verbo “haver” no passado de maneira errada:

Houveram vários pedidos de paz no mundo ou Nesta escola, houveram muitos alunos que passaram no vestibular.

Chega a doer os ouvidos! O interessante é que quando se trata de outros verbos, os quais necessitam das regras normativas de concordância verbal, ocorre justamente o contrário, como no caso:

Ex.: Falta trinta reais para comprar meu vestido. (errado)
Faltam trinta reais para comprar meu vestido. (certo)

Ou:

Quanto falta para cinquenta reais? Falta dez. (Faltam dez.)

Vale lembrar que nas locuções verbais o verbo “haver” transfere a impessoalidade ao seu auxiliar e, portanto, permanecem ambos no singular. Observe:

Ex.: Deve haver um modo de sairmos daqui.
Não sei se chegou a haver notícias sobre essa enchente em Minas.

Outra situação que merece destaque é do verbo “ter” no sentido de “haver”. Não é um uso oficial na norma escrita padrão, mas  dizer que, neste caso, o verbo “ter” deve seguir a mesma condição do “haver”.
Ex.:
No clube tinha (havia) muitas crianças.
Tem (há) pessoas não se preocupam em julgar as pessoas precipitadamente.
Na reunião teve (houve) várias questões em pauta.

2. O verbo "haver" no sentido de tempo decorrido também deve ser impessoal. veja:
Ex.:
dois anos que não o vejo.
No campo filosófico o debate está aceso vários anos.
Faz tempo que não a vejo, pois dias não vem trabalhar.

O verbo "haver" no sentido de tempo transcorrido é impessoal e possui transitividade direta, assim como no sentido de existir. Por isso, deve permanecer sempre na 3ª pessoa do singular.

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