terça-feira, 23 de novembro de 2010

Tensionar ou tencionar?


Tensionar e tencionar são verbos homófonos, isto é, possuem o mesmo som com grafias diferentes. Por isso, é muito fácil confundi-los! Vamos lá:

Segundo o Houaiss, TENSIONAR, com "s", significa produzir ou estar sob tensão ('ato de distender') , geralmente um músculo ou nervo.
Ex.: O excesso de esforço tensionou-lhe a musculatura da perna.
Seu pescoço tensionou depois do choque.

Já o verbo TENCIONAR pode ser transitivo direto, significando fazer tenção de ou ter como desígnio(algo); intentar, planejar, projetar
Ex.:  Eu tenciono viajar mês que vem.

Em termos jurídicos também pode significar o momento em que o juiz utiliza seu voto ou tenção em processo judicial.
Ex.:
O juiz negou-se a tencionar.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dia-a-dia ou dia a dia? Como fica a expressão no novo acordo



O brasileiro gosta de falar da sua rotina, do seu trabalho, do seu dia a dia (ou dia-a-dia?).  Se fosse antes do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o certo seria grafar a expressão com hífen. Mas, pela nova regra, o hífen não é mais exigido nas palavras compostas que têm entre os termos um elemento de ligação (preposição, artigo ou pronome).

Ex.:

Gosto de trabalhar, mas o dia a dia daquela empresa me mata!

Assim como a expressão "dia a dia", muitas outras expressões já tradicionais na língua portuguesa perderam o hífen. Confira:

corpo a corpo (substantivo e advérbio), passo a passo (substantivo e advérbio), arco e flecha, general de divisão, lua de mel, pé de moleque, ponto e vírgula, não me toques (melindres), um disse me disse, um deus nos acuda, um(a) maria vai com as outras, um pega pra capar, carne de sol, dor de cotovelo, pau de sebo, (um) faz de conta, queda de braço, (forró/trio) pé de serra, fim de semana, bicho de sete cabeças, mão de obra, quarta de final e dia a dia (substantivo e advérbio).

Atenção às exceções! Sempre elas... =/

1) água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia (as economias de uma pessoa), ao deus-dará e à queima-roupa;
2) os nomes de espécies botânicas e zoológicas, como andorinha-do-mar, bem-te-vi, cana-de-açúcar, coco-da-baía, dente-de-leão, feijão-carioca, feijão-verde, joão-de-barro, limão-taiti e mamão-havaí;

3) os adjetivos pátrios derivados de topônimos compostos, como cruzeirense-do-sul, florentino-do-piauí e mato-grossense-do-sul.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Crítica, Conto ou Crônica? Saiba as diferenças entre os gêneros textuais

Gêneros textuais é assunto recorrente nas provas de Português em vestibulares e concursos públicos.

O primeiro passo é entender que classificam em gêneros tanto os textos produzidos nas situações mais comuns da comunicação (notícias, e-mails, cartas, manuais, crônicas, etc.), quanto os textos literários, aqueles que se utilizam dos recursos da literatura, em geral, com uma linguagem mais pessoal e carregada de emoções e valores.

A formação de um gênero textual é influenciada pela função a ser desempenhada, pelo público a que se propõe alcançar, pela mensagem a ser transmitida. Resumindo, o que define tudo é o contexto. Assim, cada gênero comporta variações características em sua coesão textual, na coerência entre seus elementos, na impessoalidade, e na utilização de recursos como a conotação e a denotação (vimos isso em outro post!).

Vejamos então as características de alguns dos gêneros textuais que mais caem em provas e concursos:

O TEXTO ARGUMENTATIVO
Podemos identificar o gênero argumentativo quando há expressão da opinião do autor sobre determinado assunto. Na apresentação das ideias, o autor pode se colocar de maneira direta e pessoal. Isso pode ser percebido com a utilização da 1ª pessoa e/ou de expressões introdutórias que exprimem opiniões pessoais, como “na minha opinião”, “penso que”, etc.. Mas fique atento, porque este gênero pode-se apresentar ainda de maneira impessoal, fazendo uso da 3ª pessoa e de expressões como “convém lembrar”, “é provável que”, etc.

Em geral, os textos argumentativos apresentam três partes essenciais: a introdução, em que é apresentada a ideia principal a ser trabalhada no texto; o desenvolvimento, em que o autor apresenta os argumentos que fundamentam o ponto de vista defendido e a conclusão, em que se confirma e retoma a ideia principal apresentada.

O TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
Atenção para este, pois é o gênero textual mais cobrado nos vestibulares e concursos públicos. A avaliação geralmente paira não só sobre o vocabulário do autor e as ideias expostas, mas também em torno da sua capacidade de concatená-las (= estruturá-las) logicamente e da maneira como utiliza as palavras e seus sentidos.

No texto dissertativo, o autor discorre sobre determinado tema explicando cada parte. Geralmente, a dissertação está relacionada com a transmissão de conhecimento e não com a persuasão sobre um ponto de vista. De outro lado se encontram os textos argumentativos que, como vimos, visam primordialmente à defesa de uma opinião. O texto dissertativo-argumentativo é aquele que, além de trazer informações e explicações sobre determinado assunto, traz também o posicionamento do autor no sentido de persuadir o interlocutor.

Assim como os textos argumentativos, convencionalmente, dividem-se em três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão). Há o predomínio da linguagem clara, objetiva e impessoal apresentada com o uso do padrão culto e formal.

O TEXTO PUBLICITÁRIO
É um tipo de texto argumentativo construído com a finalidade de persuadir e seduzir o interlocutor. Para tanto, utiliza-se, na maioria das vezes, a linguagem verbal combinada com a visual que apontam para as eventuais vantagens no consumo de determinado produto ou ideia. A linguagem utilizada pode variar de acordo com o público-alvo, mas é quase sempre direta, clara e enxuta, marcada pelo uso da função apelativa (direcionada ao interlocutor), trocadilhos, jogos de palavras, metonímias, metáforas e da ambiguidade.

A NOTÍCIA E A REPORTAGEM
A notícia é um gênero jornalístico que possui o objetivo de informar sobre um novo acontecimento despertando o interesse do leitor da mensagem. Não se limita a informar sobre o fato, mas também sobre a maneira como aconteceu e o porquê.

Em geral, divide-se em duas partes: o lead ( ou "lide"), que resume em poucas linhas as infromações essenciais sobre o fato (o quê, como, onde, com quem, por quê...), e o corpo, em que se faz o detalhamento do fato. A linguagem sempre é objetiva, clara e direta.

A reportagem, por sua vez, vai além da notícia, trazendo em seu corpo não só o detalhamento do fato, mas também a análise de fatos correlatos e o aprofundamento sobre os impactos do acontecido. Embora utilize-se, como na notícia, a linguagem impessoal, na reportagem quase sempre é possível perceber a opinião ou a interpretação do repórter sobre o assunto.

A CRÍTICA
A crítica, em geral, aparece em jornais e revistas e destina-se à análise qualitativa de um objeto cultural (livro, filme, peça, show, etc.), sobre o qual também é apesentado um conjunto de informações. Este gênero textual também pode ser chamado de resenha crítica e é essencialmente argumentativo. O vocabulário adotado varia conforme o público-alvo.

A CRÔNICA
Este é um gênero textual híbrido, que oscila entre elementos jornalísticos e literários. Surgida no Brasil há cerca de 150 anos com o desenvolvimento da imprensa, a crônica aparece entre as notícias jornalísticas inspirada no dia a dia, tanto pelos temas cotidianos, quanto pela linguagem livre e despojada. Opondo-se à objetividade e à impessoalidade do texto jornalístico, a crônica é marcada pela subjetividade do autor.

Apresenta-se em geral em um texto leve e curto, com espaço e tempo limitados e com poucos personagens. Pode-se usar a 1ª ou 3ª pessoa.

O POEMA
É uma forma de composição textual marcada pela utilização do verso, cada verso corresponde em geral a uma linha do poema e o agrupamento de versos é chamado de estrofe. O texto poético é construído com a utilização de recursos como a rima, a métrica e o ritmo, no sentido de sugerir formas, imagens e sons. Há na poesia o predomínio da função poética, que explora o sentido conotativo da linguagem, privilegiando, desta forma, uma multiplicidade de leituras e interpretações.

O ROMANCE
É um dos gêneros narrativos mais utilizados na produção literária, principalmente a partir do século XIX. Em geral, apresenta a narrativa de uma trama com diversos personagens desenvolvida em tempo e espaço amplos. Comumente associado ao Romantismo, por ser uma das principais formas de expressão do movimento, também apareceu com muita força em diversos outros movimentos literários, oferecendo, por exemplo, o espaço ideal para que se desenvolvessem as críticas e análises sociais típicas do Realismo e do Naturalismo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Bom dia ou bom-dia? Um tímido hífen faz toda a diferença

Nessas horas , vemos que um hífen pode fazer muita diferença.
Bom dia, boa noite e boa tarde, sem hífen, são afirmações de que um dia foi bom, de que uma noite e uma tarde estão boas.

Mas se colocarmos um tímido hífen, a coisa muda de figura. As saudações bom-dia, boa-tarde e boa-noite são substantivos compostos que precisam ser hifenizados. Independentemente do Novo Acordo.


O mesmo ocorre, por exemplo, com espinho amarelo e espinho-amarelo. O primeiro é qualquer espinho dessa cor, o segundo é uma planta específica.

Ex:
Bom dia senhor! Como está?
Hoje para mim foi um bom dia.

Ele deu um bom-dia sem graça e foi embora.
O cliente se retirou sem dizer aquele essencial bom-noite.

Dica!
Resumindo, o bom-dia com hífen é substantivo, portanto pode vir após um artigo. Mas fique ligado também no contexto!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Infligir ou Infringir? Você sabe a diferença?

Você já infligiu ou infringiu a lei? As palavras são semelhantes e podem pegar muitos estudantes, mas atenção: elas possuem significados diferentes.

Infringir é quando alguém transgride, viola, desrespeita uma lei. Já infligir é quando uma pena ou castigo é aplicado, quando alguém ou algo sofre algum tipo de dano ou prejuízo.

Entendeu? Se você ficar confuso lembre-se que infringir é quando alguém comete uma infração. Por exemplo: Ele cometeu uma infração de trânsito, ou seja, ele infringiu uma lei.

Outros exemplos:

Se alguém infringir a lei seca, será punido com detenção. (violar)
Eles estão presos porque infringiram alguma lei. (desrespeitaram)
O juiz infligiu uma pena muito severa aos desordeiros. (aplicou)
A seca infligiu a plantação, apenas uma agricultora se livrou. (causou dano)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ao invés ou em vez de? Entenda a diferença entre as duas expressões

Muitos estudantes se confundem no emprego de “ao invés”, “invés” ou “em vez de”, que acabam sendo utilizados indistintamente. Apesar da grafia semelhante, esses termos significados bem diferentes.

O termo “invés” é substantivo e variante de “inverso” e significa “lado oposto”, “avesso". Na expressão “ao invés”, o substantivo “invés” continua com o mesmo significado, contudo, é utilizada para indicar oposição a algo ou alguma coisa e, portanto, significa “ao contrário de”. Geralmente vem acompanhada da preposição “de”.

Exemplo:
A empresa de cobrança ao invés de enviar o boleto, optou pelo débito.
Ao invés de protestar seu nome, conceder-lhe-ei uma nova chance.


Já a expressão “em vez de” é mais empregada com o significado de “em lugar de”, mas tome cuidado porque, em alguns casos, pode significar “ao invés de”, “ao contrário de”.

Exemplo:
A menina assistiu à TV em vez de filme. ( não poderá ser usado “ao invés de”, pois ver TV não é o oposto de ver filme, e sim uma opção.)
A professora, em vez de diminuir a nota do aluno, aumentou-a (agora sim, a expressão “em vez de” poderia ser substituída por “ao invés de”, pois temos termos contrários “diminuir” e “aumentou”).

Dica! =P Ficou na dúvida? Opte por "em vez de" que comtempla as duas opções!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Site de relacionamento reúne estudantes do Enem

 

Como Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está se aproximando, os candidatos lançam mãos de variados recursos para garantir aquele acerto a mais nas provas. Além do clicVestibular, uma dica é o site de relacionamentos “Eu No Enem.

A rede social reúne estudantes com perfis e informações pessoais, como um Orkut ou Facebook. Os grupos, no entanto, são relacionados a temas de estudo, e os usuários podem trocar dicas e debater assuntos do Enem.

A página também oferece conteúdo como aulas online e simulados. #ficaadica!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"Desenrolando a profissão" resolve dilema dos estudantes

“O que você quer ser quando crescer?” É quase impossível ouvir essa pergunta e não sentir um frio na barriga pela pressão de ter que escolher a profissão e, sobretudo, dar alguma satisfação aos pais.

O que parece ser um bicho de sete cabeças para os jovens é “desenrolado” de maneira simples e divertida pela professora Liana Castello, no livro Desenrolando a profissão, que será lançado no dia 26 de novembro, sexta-feira, às 18h, na Sala de Leitura do Centro Cultural da Justiça Federal (Av. Rio Branco, 341, Centro). Os leitores do blog Quem tem medo de português são convidados especiais!

Escolher uma carreira promissora é um verdadeiro “fantasma” que assombra todos os jovens em época de vestibular. Sabendo que uma decisão como essa não pode ser tomada de uma hora para outra, a autora oferece uma ajudinha para os interessados no assunto, com base no que vivenciou em turmas de pré-vestibular, onde as ansiedades estão à flor da pele.

“Nada de conselhos ajuizados como os daquele tio ‘quadradão’, para quem sucesso é sinônimo de apenas uma coisa: dinheiro. Nada de conselhos pouco realistas, do tipo siga seu coração que o universo conspira a seu favor. Este livro é resultado de uma reflexão profunda, temperada com boas doses de filosofia e literatura, duas das paixões da autora”, escreve Cristiane Costa, jornalista e crítica literária, que assina o prefácio do livro.

Quer comprar o livro? Clique aqui.

Para quem faz parte do Skoob, acesse a página do livro aqui.

#ficaadica

A crase - 12 casos proibidos


Você já sabe quando usar a crase, certo? E quando não usá-la? Sabe? O excesso de crase em um texto é tão ruim quanto a falta dela. Este post é dedicado a todos os aqueles que precisam de uma dica rápida de última hora para não trocar as bolas na hora da prova. Boa sorte!

Nunca use crase nos seguintes casos:

1 - Antes de substantivos masculinos

* andar a pé
* dinheiro a rodo

Exceção: quando se subentende: à moda de, à maneira de, faculdade, universidade, empresa, companhia. Exemplos:

Concedeu privilégio à Ford.
Vestiu-se à Pierre Cardin.

2 - Antes de verbo

* Condições a combinar
* Aprender a ler

3 - Antes do artigo indefinido uma e dos pronomes que não admitem o artigo a (pronomes pessoais, indefinidos, demonstrativos, relativos)

* não me submeto a uma exigência dessas
* a mim, a ela, a si, a V.Exa
* a nenhuma parte
* a cada uma
* a qualquer hora
* a uma hora qualquer

* a ninguém
* a nada
* a certa hora
* a essa hora
* a quem respeito
* a cuja autoridade admiro

4 - Antes de numerais

* de 12 a 20
* de 1990 a 2008

Exceto para horários. Exemplo: O avião sairá às 14h.

5 - Entre substantivos idênticos

* cara a cara
* gota a gota
* de parte a parte

6 - Quando está sozinho antes de palavra no plural

* a obras
* a pessoas ilustres
* a conclusões favoráveis

7 - Antes de Nossa Senhora e nomes de santas

* Apelava a Nossa Senhora e a santa Clara

8 - Depois de preposições

* após as aulas
* ante a evidência
* conforme a ocasião
* contra a maré

* desde a véspera
* durante a palestra
* entre as palmeiras
* mediante a força

* para a paz
* perante a sociedade
* sob a jurisprudência
* sobre a questão do acordo
* segundo a lei

9 - Antes da palavra casa quando se refere ao próprio lar

* Voltara a casa pois esquecera o cartão.

10 - Antes da palavra terra quando se opõe a bordo

* Assim que desembarcaram, desceram a terra.

11 - Quando antes do feminino se subentende o artigo indefinido "uma"

* Encontrava-se presa a terrível melancolia. Subentende-se: Encontrava-se presa a [uma] terrível melancolia

12 - Antes de lugares que não admitem o artigo a

* Fui a Brasília, a Belém, a Recife, a Paris e a Roma

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

200 questões de Interpretação de textos



(IBGE) Texto para as questões 1 a 6:

1º - Uma diferença de 3.000 quilômetros e 32 anos de vida separa as margens do abismo entre o Brasil que vive muito, e bem, e o Brasil que vive pouco, e mal. Esses números, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, e pela Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco, referem-se a duas cidades situadas em pólos opostos do quadro social brasileiro. Num dos extremos está a cidade de Veranópolis, encravada na Serra Gaúcha. As pessoas que nascem ali têm grandes possibilidades de viver até os 70 anos de idade. Na outra ponta fica Juripiranga, uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Lá, chegar à velhice é privilégio de poucos. Segundo o IBGE, quem nasce em Juripiranga tem a menor esperança de vida do país: apenas 38 anos.

§2ºA estatística revela o tamanho do abismo entre a cidade serrana e a sertaneja. Na cidade gaúcha, 95% das pessoas são alfabetizadas, todas usam água tratada e comem, em média, 2.800 calorias por dia. Os moradores de Juripiranga não têm a mesma sorte. Só a metade deles recebe água tratada, os analfabetos são 40% da população e, no item alimentação, o consumo médio de calorias por dia não passa de 650.

§3ºO Brasil está no meio do trajeto que liga a dramática situação de Juripiranga à vida tranqüila dos veranenses. A média que aparece nas estatísticas internacionais dá conta de que o brasileiro tem uma expectativa de vida de 66 anos.

§4ºVeranópolis, como é comum na Serra Gaúcha, é formada por pequenas propriedades rurais em que se planta uva para a fabricação de vinhos. Tem um cenário verdejante. Seus moradores - na maioria descendentes de imigrantes europeus - plantam e criam animais para o consumo da família. Na cidade paraibana, é óbvio, a realidade é bem diferente. Os sertanejos vivem em cenário árido. Juripiranga não tem calçamento e o esgoto corre entre as casas, a céu aberto. Não há hospitais. A economia gira em torno da cana-de-açúcar. Em época de entressafra, a maioria das pessoas fica sem trabalho.

§5ºNo censo de 1980, os entrevistadores do IBGE perguntaram às mulheres de Juripiranga quantos de seus filhos nascidos vivos ainda sobreviviam. O índice geral de sobreviventes foi de 55%. Na cidade gaúcha, o resultado foi bem diferente: a sobrevivência é de 93%.

§6ºContrastes como esses são comuns no país. A estrada entre o país rico e o miserável está sedimentada por séculos de tradições e culturas econômicas diferentes. Cobrir esse fosso custará muito tempo e trabalho.

(Revista Veja - 11/05/94 - pp. 86-7 - com adaptações)

1. Os 32 anos referidos no texto como um dos indicadores do abismo existente entre as cidades de Veranópolis e Juripiranga corresponde à diferença entre:

a) suas respectivas idades, considerando a época da fundação

b) as idades do morador mais velho e do mais jovem de cada cidade

c) as médias de idade de seus habitantes

d) a expectativa de vida das duas populações

e) os índices de sobrevivência dos bebês nascidos vivos.