terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sintaxe: Classificação das Orações Coordenadas

Vamos dar prosseguimento ao nosso estudo sobre Sintaxe. Sabendo a diferença entre frase, oração e período, hoje vamos falar da classificação dos períodos compostos e também das Orações Coordenadas:

A classificação do PERÍODO COMPOSTO (constituído de mais de uma oração, lembra?) será feita de acordo com o conectivo que rege as suas orações:

1 - COMPOSTO POR COORDENAÇÃO - se todas suas orações forem simplesmente justapostas ou regidas por conectivos coordenativos.

2 - COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
- quando, excluída a oração principal, todas as suas orações forem regidas por conectivo subordinativo.

As Orações Coordenadas


Assim, as orações de um PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO se classificam em:
a) ORAÇÕES ASSINDÉTICAS = não há síndeto, isto é, conectivo.
Ex.: Não fomos ao casamento; mandamos um presente.
Joãozinho saiu logo, estava atrasado.

b) ORAÇÕES SINDÉTICAS
= aqui nós podemos encontrar as CONJUNÇÕES COORDENATIVAS. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração mais uma classificação.

As orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Macete! AD-AD-ALCONEX. (Quase uma nova marca de cotonete ou algodão! piada infame =P)

Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: e, nem, não só… mas também, não só… como, assim… como.

- Não só cantei como também dancei.
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
- Comprei o protetor solar e fui à praia.


Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.

- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.

- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.

Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: ou… ou; ora…ora; quer…quer; seja…seja.

- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras diferentes.
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.


Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: logo, portanto, por fim, por conseguinte, conseqüentemente.

- Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.


Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois.

- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
- Não fui à praia pois queria descansar durante o Domingo.


Atenção!
Não adianta querer decorar todas as conjunções! Tudo deve ser analisado pelo contexto e, principalmente, pela ideia (sem acento pessoal!). Por exemplo, se você gravar que o "mas" sempre será conectivo adversativo, você pode se dar mal quando ver a seguinte frase:
Ex.: Não só brincava, mas pulava, corria e gritava.

Às vezes o "mas" vem precedendo um "também", mas em algumas vezes não. Fique atento(a)! A segunda oração não é Oração Coordenada Adversativa, mas sim Oração Coordenada Aditiva. É a clara a ideia de soma, adição de ações.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Figuras de linguagem: METONÍMIA


Hoje vou falar sobre outra figura de linguagem muito comum em provas e concursos. A  METONÍMIA é uma figura de linguagem que consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Como na METÁFORA, aqui também existe a comparação, só que desta vez ela é mais objetiva.

Ele gosta de ler Agatha Christie. Veja que neste exemplo o termo implícito é "livro". Seria o mesmo que dizer "Ele gosta de ler os livros/ou as obras de Agatha Christie.

Ele comeu uma caixa de chocolate. (Ele comeu o que estava dentro da caixa.)

A velhice deve ser respeitada. ("Velhice" no lugar de "os velhos, os idosos)
Pão para quem tem fome. (“Pão” no lugar de “alimento”)
Não tinha teto em que se abrigasse. (“Teto” em lugar de “casa”)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sintaxe: frase, oração e período


O assunto aterroriza os alunos, fato. Mas como precisa ser estudado, vamos começar do início, pelos conceitos essenciais. Não se desespere. Você acha que frase, oração e período são a mesma coisa? Vamos ver as diferenças:



Frase: É a reunião de palavras que expressam uma ideia completa, constitui o elemento fundamental da linguagem, não precisam necessariamente conterem verbos. Lembre-se não precisam, mas podem ter. É sempre uma ideia, pode também expressar emoção, ordem ou apelo.
Ex.: Espantoso!
Silêncio!
O telefone está tocando.



Oração: é ideia que se organiza em torno de um verbo. Sempre precisa ter um verbo, sempre.
Ex.:
Tudo começa com o pagamento da dívida.
O Brasil possui um grande potencial turístico.



ATENÇÃO! O verbo pode estar elíptico (não aparece, mas existe)
Ex.: O Jeca-Tatu de Monteiro Lobato fez tanto sucesso quanto os Fradinhos que Henfil lançou nas páginas do Pasquim. Veja que "quanto (fizeram) ". O verbo "fazer" na segunda oração está elíptico.


Período: É o conjunto de orações. Ele pode ser constituído por uma ou mais orações. O período pode ser:


simples - constituído por apenas uma oração
Ex.: As meninas brincavam no parque.


Composto - constituído por mais de uma oração.
Ex.: Nós não podemos fingir / que a TV não influencia as crianças.


Dica de estudo:
Vamos admitir: análise sintática não é algo simples. Antes de se desesperar e achar que tem que gravar complementos e objetos, é melhor compreender a lógica das coisas. Para o estudo dessa matéria específica de português reserve pelo menos 30 minutos de seu dia. E aguarde os próximos posts!

Veja também:

Sintaxe: Como reconhecer Sujeito e Predicado nas orações



terça-feira, 24 de agosto de 2010

Figuras de linguagem: METÁFORA

Vocês já sabem o que é a figura de linguagem, agora vamos começar por uma bem fácil: a METÁFORA. Metáfora é uma figura de liguagem em que um termo substitui outro em uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam.

Essa semelhança é resultado da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo comparativo não está expresso, mas subentendido.

Vamos aos exemplos:

1-Aquele homem é um leão.

Estamos comparando um homem com um leão, pois esse homem é forte e corajoso como um leão.

2-A vida vem em ondas como o mar.

Aqui também existe uma comparação, só que desta vez é usado o conectivo comparativo: como.

Atenção! O exemplo 1 é uma metáfora e o exemplo 2 é uma comparação.

Exemplos de metáfora:

Ele é um anjo.
Ela uma flor.

Exemplos de comparação:

A chuva cai como lágrimas.
A mocidade é como uma flor.

Dica! Metáfora: sem o conectivo comparativo, sem o "como". Comparação: com o conectivo (como, tal como,sim como)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

10 dicas para entender a crase





Como vimos, a crase consiste na fusão de duas vogais idênticas. No caso da fusão da preposição a com o artigo definido a(s) ou com o pronome demonstrativo a(s) a crase é indicada por um acento grave (à). Emprega-se igualmente o acento grave quando o pronome demonstrativo a(s) pode ser substituído por aquela.



Sabendo a regra básica, listo aqui 10 dicas infalíveis para entender a crase. Vamos a elas:

1. A crase da preposição a com o artigo definido a(s) só ocorre diante de palavras femininas, visto que o artigo definido das palavras masculinas é o(s) e não a(s).
Constitui erro, portanto, usar acento grave na preposição a de locuções como a contento, a gosto, a esmo, a exemplo, a fogo, a frio, a fundo, a juízo de, a lápis, a modo de, a pé, a prazo. A única exceção consiste nas locuções em que está implícita e oculta uma palavra feminina, como moda, maneira. Ex.: vestido à Carlos Tufvesson.

2. Se houver dúvida devemos mentalmente substituir a palavra feminina por outra masculina; se a partícula "a" se alterar em ao, usa-se o acento grave indicativo de crase; se não se alterar, trata-se da preposição a, que deve permanecer sem acento; se for substituída por o(s) trata-se de artigo definido, que também não comporta acento.

3. Atenção! Há palavras que não admitem a anteposição do artigo, tais como verbo, advérbio, artigo indefinido (um, uma), pronome pessoal (ela, nós, vós), pronome demonstrativo (esta, essa), pronome relativo (quem, cuja), pronome indefinido (cada, alguma, alguém, toda, qualquer, ambas). Nestes casos, é óbvio que não há crase.

4. Diante de possessivos femininos usados em função adjetiva (minha, tua, sua, nossa vossa), o acento é facultativo.

5. Em locuções prepositivas, geralmente com o "de", (à custa de, à espera de,) e locuções conjuntivas, geralmente com o "que", (à proporção que, à medida que) precedendo nomes femininos, usa-se a crase.

6. Em locuções adverbiais diante de nomes femininos (à vontade, às vezes, à vista, à distância) usa-se igualmente a crase.

7. Usa-se crase diante de palavras femininas após os verbos regidos pela preposição a (assistir a, responder a).

8. No caso do pronome relativo qual, usa-se o acento sempre que o antecedente for do gênero feminino. Quando o pronome é interrogativo, no entanto, não há crase.

9. Usa-se crase antes de adjuntos adverbiais de tempo e diante da palavra horas (à tarde, à noite, às 10 horas).

10. Constitui erro a indicação de crase com o artigo no singular diante de um nome no plural. Ex.: Ele fez referência a bicicletas. E não "à". Não há artigo.

Veja também:

"Vale a pena" tem crase?








sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Como entender as figuras de linguagem

As figuras de linguagem são bastante empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso linguístico para expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso. Muitas vezes funcionam como um recurso para fugir dos clichês, tão importante nas redações.

A utilização de figuras revela muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. Por isso, compreender as diversas figuras é essencial também para ler e interpretar textos.

Quando a palavra é empregada em sentido figurado, não denotativo, ela passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo, ou seja, no sentido conotativo.

As figuras de linguagem classificam-se em:

a) figuras de palavras;


b) figuras de som;

c) figuras de pensamento;

d) figuras de sintaxe.

Veja também:


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O uso do hífen no Novo Acordo Ortográfico

O hífen sempre foi o patinho feio na ortografia da língua portuguesa, suas regras mais confundiam que esclareciam. Por isso, o texto do Novo Acordo tentou sistematizá-las, a fim de tornar seu uso mais racional e simples.

Vejamos as mudanças:

a) Determinou apenas que se grafe de forma aglutinada certos compostos nos quais se perdeu a noção de composição. Ninguém pensa, por exemplo no verbo "parar" e no substantivo "queda", quando fala a plavra "paraquedas".

Ex.: mandachuva, paraquedas, paraquedista, parachoque.


b) no caso de palavras formadas por prefixação (com prefixos), houve as seguintes alterações:

- Só se emprega o hífen quando o segundo elemento começa por h
Ex.: pré-história, super-homem, pan-helenismo, semi-hospitalar

EXCEÇÃO sempre temos: manteve-se a regra atual que descarta o hífen nas palavras formadas com os prefixos des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial (desumano, inábil, inumano).

- E quando o prefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento.

Ex.: contra-almirante, supra-auricular, auto-observação, micro-onda, infra-axilar.


EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual em relação ao prefixo co-, que em geral se aglutina com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o.

Ex.: coordenação, cooperação, coobrigação.

Com isso, ficou abolido o uso do hífen nos seguintes casos:

- Quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo duplicar essas consoantes.

Ex.: antirreligioso, antissemita, contrarregra, infrassom.

EXCEÇÃO: manteve-se o hífen quando os prefixos terminam com r, ou seja, hiper-, inter- e super-.

Ex.: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.

- Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente.

Ex.: extraescolar, aeroespacial, autoestrada,  autoaprendizagem, antiaéreo, agroindustrial, hidroelétrica.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Palavra do dia: NESCIDADE

A palavra nescidade vêm do adjetivo néscio e é um substantivo feminino que significa:

1. ato, dito ou afirmação que traduz falta de inteligência ou ignorância; necedade
2. dito ou ação ilógica, absurda ou fora da realidade; contrassenso, disparate.

Ex.:

"A certeza fundamenta a própria calma na verdade; e esta somente pode ser alcançada quando a necessidade não se curva à nescidade."

Luiselza Pinto

Exercícios: Conotação e Denotação


1- Leia atentamente os textos abaixo e indique D quando prevalecer a denotação e C quando prevalecer a conotação:
a) ( ) “O ano de 1948, em Pernambuco, foi marcado por um processo revolucionário, liderado por um Partido Liberal radical.”
b) ( ) “Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois - Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância”
c) ( ) “ depois de analisar os prontuários de 964 pessoas operadas np Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, o médico Cláudio Moura Lacerda de Melo, 31 anos, concluiu que seus colegas exageraram na requisição de exames radiológicos e de laboratório, ao mesmo tempo em que dão pouca atenção ao exame direto do paciente e a uma conversa com ele sobre o seu histórico de saúde”.
d) ( ) “Em todo triângulo, o quadrado de qualquer lado é igual a soma dos quadrados dos outros dois, menos o duplo produto destes dois lados pelo co-seno do ângulo que eles formam.
e) ( )“ A ciência que se constituiu em torno dos fatos da língua passou por três fases sucessivas antes de reconhecer seu verdadeiro e único objeto’’
f) ( ) “Tantas palavras / Que eu conhecia / E já não falo mais, jamais/ Quantas palavras Que ela adorava/ Saíram de cartaz”
g) ( ) “ Abriu os olhos devagar. Os olhos vindos de sua própria escuridão nada viram na desmaiada luz da tarde. Ficou respirando. Aos poucos recomeçou a enxergar, após poucos as formas foram se solidificando, ela cansada, esmagada pela doçura de um cansaço”
h) ( ) “Na literatura brasileira de hoje, talvez seja o conto o gênero de maior destaque, em termos de vigor e criatividade”.
2-(Fuvest- SP)
a) Uma andorinha só não faz verão
b) Nem tudo que reluz é ouro
c) Quem semeia ventos, colhe tempestades
d) Quem não tem cão caça com gato.
As idéias centrais dos provérbios acima são, na ordem:
a)solidariedade- aparência- vingança- dissimulação.
b)cooperação – aparência- punição- adaptação.
c)egoísmo- ambição- vingança- falsificação.
d)cooperação – ambição – consequência- dissimulação
e)solidão – prudência- punição – adaptação.

Gabarito:
1.
a) (D)
b) (C)
c) (D)
d) (D)
e) (C)
f) (C)
g) (C)
h) (D)
2.E
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Conotação e Denotação

Qualquer palavra pode ser usada em o seu significado usual ou convencional. Isso é muito importante para entender e interpretar textos corretamente. Teste seus conhecimentos nessa matéria aqui! Vamos ver um exemplo com a palvra "corrente".
Quando digo:

A corrente marítima não manteve o barco na rota. estou usando o convencional. Mas quando digo:

A gente vai contra a corrente. Aqui não quero dizer exatamente que estamos nadando contra uma corrente marítima, mas que temos opiniões, ideias, atitudes diferentes da maioria.

O significado convencional não permite mais de uma interpretação: a palavra é usada no seu sentido objetivo, isto é, na sua denotação. A palavra com seu significado denotativo é mais frequente na linguagem informativa, científica ou técnica, pois aí a informação deve ser objetiva e exata. É o caso do primeiro exemplo.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Palavra do dia: DESFORRA

No GP da Turquia de Fórmula-1, o brasileiro Rubens Barrichelo fez uma bela ultrapassagem em seu antigo algoz (carrasco, inimigo), Michael Schumacher. A manobra foi considerada pela mídia como uma desforra para Rubinho e seus torcedores.
Desforra é um substantivo feminino que significa reparação de uma desvantagem. Uma vingança, ou “volta por cima”.

Pode ser também:

1. Reparação de um ultraje ou de uma ofensa; VINGANÇA:

Ex.: "... Foi preciso enjaulá-la, certa vez, num quartel, para evitar sanguinosas desforras contra os sentimentos liberais..." (Rui Barbosa, Colunas de fogo)
2. Recuperação de vantagem perdida.

Ex.: O time foi à desforra e venceu na final.

Evite clichês na redação!


(Coração na areia é um clichê.)

"Quem vê cara não vê coração." E se a banca ver essa expressão na sua redação é zero na certa!
"Mas por que não posso usar essa frase que todo mundo fala?", pergunta-se o estudante. Justamente por isso, oras! Repetir algo que todo mundo já disse demonstra falta de originalidade e estilo ao escrever. Expressões como "vil metal", "palidez cadavérica", "silêncio sepulcral", "selva de pedra" são chamadas de clichês.

Um clichê (do francês cliché), chavão ou lugar-comum é uma expressão idiomática que, de tão utilizada e repetida, desgastou-se e perdeu o sentido ou se tornou algo que gera uma reacção má em vez de dar o efeito esperado.

Também pode significar uma idéia relativa a algo que se repete com tanta frequência que já se tornou previsível dentro daquele contexto. Por exemplo, em romances, filmes e telenovelas, "o mordomo é sempre o culpado do assassinato do patrão", "o herói no final mata o vilão", etc.

Então, nada de clichês na hora de escrever a redação. Em vez disso, tente explicar com suas palavras a ideia que você quer passar. Ex.:

"Quem vê cara não vê coração" = Não é plausível julgar outras pessoas pela aparência.

Boa sorte.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Link da semana: O que significa Google?

Não adianta mais. O Google faz parte de nossas vidas. Mas você saber oq ue a palavra "google" significa? Já tentou pesquisar no Google? Por isso, o post do blog Pitacos Modernos é nosso link da semana.


Vamos fazer uma experiência. Vá até a página da Google e digite “Google” no campo de pesquisa. Resultado: Você encontrará milhares de ocorrências do termo,mas nenhuma responderá a questão deste post. A grande verdade é que “Google” se trata de um termo forjado, um trocadilho retirado do termo googol,uma palavrinha inventada pelo Dr. Edward Kasner, da Universidade de Columbia. O Dr. Kasner pretendia batizar de forma simples e fácil de recordar a centésima potência do número 10, que nada mais é do que o número um 1 seguido por 10 zeros.


Palavra do dia: TRISCAIDECAFOBIA

Triscaidecafobia é um medo doentio relativo ao número 13. Não é propriamente uma doença, mais frequentemente é visto como uma superstição muito enraizada.

Segundo alguns historiadores, esta nefasta fama do 13 teve sua origem no início do século XIV, quando o rei francês Felipe IV e o papa Clemente V, muito preocupados pelo enorme poder alcançado pelos templários, se unem para urdir um plano para acabar com a ordem do templo. O plano é levado a cabo em outubro de 1307, quando os principais membros da ordem são capturados de surpresa em diversas cidades, acabando, de repente, com a organização que haviam desenvolvido desde as Cruzadas. Apenas alguns monges logram escapar e, desde então, aquele fatídico dia é tido como maldito entre seus descendentes, seguidores e o povo em geral. Aquilo aconteceu numa sexta-feira dia 13.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Qual é a diferença entre ditongo, hiato e dígrafos?

Quem nunca fez confusão entre hiatos, ditongos e dígrafos ? Você saberia dizer exatamente a diferença? Vamos relembrar.

Encontros vocálicos
Ditongo: é encontro de duas vogais na mesma sílaba: pai, pau, cai, sei, seu, heroi, mãe, mão, põe, muito.
Quando ocorre um ditongo, ou tritongo, apenas um dos fonemas desse encontro é vogal, o outro, ou outros dois, é (são) semivogal (ais).
Grave assim:
Vogal = som forte. O "ã" em MÃE.
Semivogal = som fraco. O "e" em MÃE.

Temos ainda os Ditongos crescentes, que são aqueles em que a semivogal aparece primeiro.
Ex.:
perícia, espécie, fastio, vácuo, tênue, água. Repare que são todos acentuados. Essa é uma das regras de acentuação.

Ditongos decrescentes é o contrário, a vogal vem primeiro.
Ex.:
pai, feito, varapau, réu, biscoito, muito; ditongos nasais: mãe, cãimbra, vem, mão, comeram; ditongos orais: saia, farnéis, fugiu, boi, uivar.

Tritongos é encontro de três vogais na mesma sílaba: Paraguai, saguão, iguais.

Hiato é o encontro de sílabas opostas adjacentes. Grave assim: é quando, ao fazer a separação de sílabas, uma vogal fica sozinha.
Ex.: Saara, voo, caatinga, continua, teor, fiel, ruim.

Dica! A própia palavra "hi-a-to" é um hiato!

Encontro Consonantal é o encontro de duas consoantes na mesma sílaba.
Ex: glória, flexão, bloco, fluir, trabalho.
Os encontros (gn, mn, pn, ps, pt,tm) não são muito comuns.

Dígrafo: duas letras que fazem o som de uma só.
Ex.:
galho, malha, ferro, quero, guerra, passo, chama, florescer, desça, exceder, exsudar (transpirar).

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Veja a lista das 59 universidades federais que vão usar nota do Enem em 2010

No total, 59 universidades federais vão utilizar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 em seus processos seletivos. Em 35 instituições o Enem será a única forma de seleção em substituição ao vestibular tradicional, seja para todos os cursos ou para parte das vagas.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), há ainda 11 universidades federais que aderiram ao Enem, mas ainda não definiram como utilizarão o resultado em seus processos seletivos.

Veja abaixo como cada uma das 59 instituições aderiu ao exame.



segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Palavra do dia: TRÉPIDO

A palavra trépido vem do latim trepidus, e significa agitado, inquieto, apressado e também:


1. Trémulo de medo. = assustado, medroso ≠ corajoso


2. Que corre, tremendo.


Antônimo: intrépido.


Ex.: Ele tinha gestos trépidos; não parava um instante!


Tipos de discurso: DIRETO, INDIRETO e INDIRETO LIVRE

Há dois processos básicos para relatar discursos alheios: a recriação direta da fala de uma pessoa (separada do restante do texto  pela demarcação de travessão ou aspas) e a incorporação da fala do outro indiretamente. Reconhecer esses mecanismos é importante para identificar quem está falando no texto, essencial para interpretar textos como vimos em outro post.

Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá de quem o produziu.

Vejamos cada um deles:

DISCURSO DIRETO
O narrador apresenta a própria personagem falando diretamente, permitindo ao autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar.

Ex.: O estava inconsolável: "Não sei onde está meu filho." (entre aspas)

O pai, inconsolável, disse: "Não sei onde está meu filho." (repare no uso do verbo para introduzir a fala de alguém)

O pai, inconsolável, disse:

- Não sei onde está meu filho. (com travessão)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Palavra do dia: AXIOMA

Um axioma é uma sentença ou proposição que não é provada ou demonstrada e é considerada como óbvia ou como um consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de uma teoria. Por essa razão, é aceito como verdade e serve como ponto inicial para dedução e inferências de outras verdades (dependentes de teoria).

1. Na filosofia, é uma premissa considerada necessariamente evidente e verdadeira, fundamento de uma demonstração, porém ela mesma indemonstrável,

Gabarito - teste 1 Classes de palavras

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1 A / 2 A / 3 D / 4 A / 5 E / 6 B / 7 E / 8 E / 9 D / 10 B / 11 D / 12 A / 13 B / 14 C / 15 D / 16 D / 17 C / 18 C / 19 C / 20 E / 21 E / 22 C / 23 A / 24 E / 25 C / 26 D / 27 B / 28 D / 29 D / 30 E / 31 C / 32 E / 33 D / 34 E / 35 C

Execelente - Se você acertou de 31 a 35 questões.
Ótimo - Se você acertou de 25 a 30 questões.
Bom - Se você acertou de 20 a 24 questões.
Regular - Se você acertou de 15 a 19 questões.
Ruim - Se você acertou menos de 15 questões.

Se seu resultado der RUIM, não se desespere, leia aqui o post novamente e consulte a matéria no seu livro de Português e refaça o teste.

Exercícios - Classes de palavras

Você se garante em Classes de palavras? Para quem leu o post sobre Classes de palavras, este é o teste 1 com algumas questões para treinar. Para quem não leu, tente fazer. Assim você vai saber como está seu nível de conhecimento do assunto. EXCELENTE, ÓTIMO, BOM, REGULAR ou RUIM?

1. A alternativa que apresenta classes de palavras cujos sentidos podem ser modificados pelo advérbio são:

a) adjetivo - advérbio - verbo.
b) verbo - interjeição - conjunção.
c) conjunção - numeral - adjetivo.
d) adjetivo - verbo - interjeição.
e) interjeição - advérbio - verbo.

A Nova Ortografia - Para onde vai o trema?

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Vídeo muito legal sobre (a abolição do) trema nas regras do Novo Acordo Ortográfico.

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PF pode investigar vazamento de dados de inscritos no Enem

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A Polícia Federal (PF) se colocou à disposição do Ministério da Educação (MEC) para investigar o vazamento de dados de 12 milhões de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Ficaram expostos, o nome, RG, CPF e as notas dos candidatos, informações sigilosas.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Palavra do dia: INÍQUO


Iníquo é um adjetivo que vem do latim iniquus, -a, -um, que significa:


1. Contrário à equidade. = injusto ≠ justo

2. Mal julgado.

3. Que tem mau caráter ou revela crueldade

= malévolo, malvado, perverso ≠ benévolo




Ex.:

As riquezas são iníquas quando se equiparam, subtraindo-as aos mais frágeis e empregando-as para o próprio luxo desenfreado.



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Classes de palavras

Você sabia que em português  há 10 classes de palavras?

Substantivo
Adjetivo
Pronome
Advérbio
Conjunção
Artigo
Numeral
Verbo
Preposição
Interjeição


A primeira coisa que precisamos saber ao estudar as classes de palavras é que elas podem ser:

a) variáveis


b) invariáveis

As variáveis são as palavras que se flexionam em gênero, número e grau. São elas:
substantivo, artigo, adjetivo, numeral, verbo e pronome.

Elas precisam variar porque ninguém fala "o" menina nem "nós" vai (tá, algumas pessoas até falam, mas não é o que a gramática ensina)!

As invariáveis, como o próprio nome já diz, não se flexionam . São elas:
advérbios, preposição, conjunção e interjeição.

Atenção!
A mesma palavra pode figurar em mais de uma classe:

1. O céu é azul. (Nesta oração, o azul é adjetivo, é a qualidade do substantivo céu.)

2. O azul intenso domar me az viajar. (Agora a palavra azul é um substantivo!)

Outro exemplo:
3. O sério deve ser tratado com respeito. (Sério é substantivo.)

4. Gosto de tratar com homem sério. (Já nessa frase, sério é adjetivo.)

5. Vamos falar sério. (Ou seja, de modo sério, seriamente. Portanto, sério aqui é advérbio.)

Dica! Geralmente, quando há artigo antes da palavra, ela se torna um substantivo. Ex.: O pouco de Deus é muito.

Exceção! Sempre temos. Alguns substantivos, numerais e pronomes são invariáveis:

lápis, pires, férias, dez, vinte, trinta, tudo, isto, ninguém, etc.


E alguns advérbios admitem flexões de grau, principalmente na linguagem coloquial:

cedo = cedinho

agora = agorinha

muito = muitíssimo

pouco = pouquíssimo

tarde = tardinha

noite = noitinha


Dica de estudo!

Não comece a estudar Classes de palavras achando que terá que decorar o que é substantivo, o que é adjetivo, numeral, etc. Esqueça isso! Em 99% dos casos, é preciso analisar o contexto, isto é, a frase que contém tal palavra para, só depois, assinalar a resposta.
Pense na palavra flor. Flor é substantivo, certo? Resposta: depende. Na frase: Mariana é uma flor. Flor seria ainda um substantivo?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Palavra do dia: LENIÊNCIA

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Leniência é um substantivo feminino que significa:
1. Lenidade


2. Qualidade do que é lene, suave; doçura, mansidão


Ex.:


Nenhuma política desse tipo era possível quando os governos estaduais se endividavam sem controle e contavam com a leniência do Banco Central (BC) para manter seus bancos.


Lula critica leniência com paraísos fiscais e defende diálogo com Irã.


Leia a notícia:



A leniência dos clubes


O bárbaro crime que vitimou Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno do Flamengo, parece um roteiro de seriado criminal, em que os policiais especializados investigam com maestria crimes de natureza sexual e similares. Um goleiro bem sucedido leva ao extremo o que temos visto em outros casos em que astros dos esportes terminam na crônica policial. São histórias que quase sempre incluem violência contra as mulheres (namoradas, esposas, amantes), proximidade com o crime organizado e consumo exagerado de drogas lícitas ou ilícitas.
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Você, estudante, acha que sua escrita piorou com a internet?

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Redação deixa 65% abaixo da média no Enem


Maioria das escolas obteve nota de redação menor que a média nacional; "internetês" é um dos vilões

Dados do Enem 2009 mostram que 65,9% das escolas de Ribeirão Preto tiveram nota de redação abaixo da média nacional. De acordo com especialistas, a falta de leitura, o baixo interesse pelo noticiário e a influência do "internetês" (a linguagem da internet) podem ter contribuído para o desempenho fraco.

Das 60 escolas que participaram do Enem, 13 não conseguiram classificação devido à baixa adesão. Dentre as demais, 31 obtiveram nota inferior a 601,5, média das escolas brasileiras. A média acanhada atingiu escolas do Estado, do município e até mesmo as particulares.

O mantenedor do Curso Criar, o professor de redação Luiz Cláudio Jubilato, afirma que a falta da prática de leitura e escrita e o desinteresse dos jovens por atualidades podem ter pesado.

Sobre a influência da linguagem da internet, ele afirma que não se pode mais fugir da rede e que o importante é "saber separar as coisas e ter consciência de que se trata de linguagens diferentes".

Já a professora doutora Rosa Maria Manzoni, do Departamento de Educação da Unesp de Bauru, também afirma que os estudantes precisam estar preparados para lidar com variados tipos de texto, que vão da internet à redação.


Alunos

Para os estudantes Mariela Granes, 19, e Bruno Silva Maríncolo, 21, que fazem curso particular de redação, a maior dificuldade para se ter um bom desempenho é o tempo. As provas costumam ter 5h30 com 90 testes, mais redação.

A Secretaria da Educação de Ribeirão Preto informou que todas as escolas da rede municipal de ensino de Ribeirão Preto, ao desenvolverem seus projetos pedagógicos, trabalham com total atenção os conteúdos voltados à prática da leitura e escrita.

Já a Secretaria de Estado da Educação informou apenas que não comenta as notas das escolas no Enem.



Inscrições abertas para o simulado gratuito do Enem

Aprendizado Urbano - Apostilas para Concursos

Eis uma dica para quem está se preparando para o Enem. Estão abertas as inscrições para o simulado COC Enem que ocorre nos dias 28 e 29 de agosto. O exame é gratuito e será realizado em mais de 300 escolas do país. Os interessados devem se inscrever pessoalmente nas unidades próprias do COC ou nas escolas parceiras até 25 de agosto.


A prova vai seguir o modelo de TRI (Teoria da Resposta ao Item), mesmo sistema utilizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Serão contempladas as quatro as áreas de conhecimento avaliadas pelo Enem: ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias.


Além da resolução comentada e gabarito, o estudante poderá conferir, no site do simulado, seu desempenho na prova. A expectativa é de que cerca de 100 mil alunos façam o simulado.


Confira a lista das cidades e escolas onde ocorrerá o exame.


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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Getúlio suicidou ou suicidou-se?




"Se" ou não "se", eis a questão. Tirando o péssimo trocadilho, se olharmos para a raíz etimológica do verbo, percebemos que o pronome reflexivo "se" é totalmente dispensável. O verbo "suicidar-se" vem do latim sui ("a si" = pronome reflexivo) + cida (= que mata). Isso significa que "suicidar" já é "matar a si mesmo". Então nesse caso, o título da notícia  abaixo estaria errado?


A frase está correta. Se observarmos o uso contemporâneo deste verbo, não restará dúvida: ninguém diz "ele suicida" ou "eles suicidaram". O uso do pronome reflexivo "se" junto ao verbo está mais que consagrado em nosso idioma. É, na verdade, um pleonasmo (figura de linguagem que expressa redundância, repetição) irreversível.

O verbo "suicidar-se" faz parte dos chamados verbos pronominais como verbos "arrepender-se", "esforçar-se", "dignar-se". Depois teremos um post só para eles, não se preocupem.

Atenção! Não existe "autocontrolar-se". O prefixo auto vem do grego e significa "a si mesmo". Existe o substantivo "autocontrole" (= controle de si mesmo"), mas não há registro do verbo "autocontrolar-se". Se você quer "controlar a si mesmo", basta "controlar-se". Seria redundância demais, não é mesmo

Vocabulário

Já que estamos falando de suicídio, vamos aumentar nosso vocabulário lembrando que as palavras terminadas pelo elemento latino "cida" apresentam essa ideia (sem aceito segundo o Novo acordo) de "matar":

formicida - que mata formigas; inseticida - que mata insetos; homicida - que mata homens; parricida - quem mata o pai; matricida - quem mata a mãe; fatricida - quem mata o irmão; filicida - quem mata o filho; infanticida - quem mata criança, especialmente recém-nascido; uxoricida - quem mata a esposa; mariticida - quem mata o marido.

Bons estudos!

Bebê que convive com livros vai melhor na escola

Aprendizado Urbano - Apostilas para Concursos

Especialistas indicam contato com publicações desde os primeiros meses de vida; ONG vai lançar guia com indicação de 600 títulos


Ler para um bebê que ainda não fala nem entende o que é falado pode parecer perda de tempo, mas diversos estudos mostram que, a longo prazo, a prática pode beneficiar o desempenho escolar. Além de adquirir gosto pela leitura, as crianças que têm contato com livros desde o berço chegam ao ensino fundamental com vocabulário mais rico e maior capacidade de compreensão e de manter a atenção nos estudos.


Para ajudar na escolha do título mais adequado para cada idade e no desafio de manter as crianças pequenas entretidas, o Instituto Alfa e Beto (IAB) apresenta na próxima Bienal do Livro de São Paulo a Biblioteca do Bebê. Além de vários livros divididos por faixa etária, o local terá voluntários que ensinarão aos pais técnicas de leitura. As principais dicas estão reunidas em uma cartilha que será distribuída aos visitantes. "Não se trata de ler um conto de fadas para um bebê com menos de 1 ano. Os primeiros livros devem ter apenas imagens e o tempo para folheá-los deve ser breve", explica David Dickinson, especialista em alfabetização pela Universidade Harvard. Durante a bienal, ele apresentará estudos que relacionam a leitura precoce a um maior desenvolvimento da linguagem.


Uma dessas pesquisas mostra que as crianças de 3 anos que possuem o hábito de leitura em família apresentam, aos 10, desempenho escolar superior ao daquelas que não leem com frequência. "O importante é ler com regularidade, de preferência todos os dias, e tornar a experiência agradável", afirma Dickinson. Os pais, diz ele, devem usar as imagens do livros como base para iniciar uma conversa com a criança. "Faça perguntas sobre a figura ou sobre a história. Não se limite a ler as palavras e virar a página", explica. Esculpindo mentes. A interação com os adultos é fundamental para o desenvolvimento da linguagem e o aprendizado se dá pela imitação, diz o presidente do IAB, João Batista Oliveira. "Mas a linguagem oral tem um vocabulário restrito e uma sintaxe simplificada. O livro, por mais simples que seja, obedece as regras da linguagem escrita, que é a mesma que a criança vai encontrar na escola."


Se o vocabulário é o tijolo do pensamento, afirma Oliveira, a sintaxe é a argamassa. "Quanto maior o vocabulário e mais articulada a sintaxe, mais temos sobre o que pensar." Essa maior capacidade de raciocínio e compreensão favorece tanto o desempenho em disciplinas como português e matemática como nas demais. A capacidade de se manter focada em uma atividade também é beneficiada pelo hábito de leitura, afirma Dickinson. "Quando assistimos à TV ou usamos o computador, a tecnologia prende nossa atenção. Já quando lemos um livro, precisamos fazer esse trabalho sozinhos." Beatriz Koike, de 3 anos, parece fazer esse trabalho muito bem. "As professoras sempre comentam como ela presta atenção em sala e elogiam sua desenvoltura com as palavras", conta a mãe, Taís Borges.


Beatriz ganhou seu primeiro livro quando ainda estava na barriga de Taís. "Aos 3 meses, comprei um livrinho de plástico para ela brincar na banheira. Depois, um de pano, com texturas diferentes. Aos 2 anos, ela começou a demonstrar interesse em histórias mais complexas." Hoje, a menina tem seu cantinho da leitura com 43 títulos. "Umas três ou quatro vezes por semana leio para ela à noite. Quando não faço, ela me cobra", conta Taís. O IAB vai lançar na bienal um guia com uma proposta ambiciosa: Os 600 Livros que Toda Criança Deve Ler Antes de Entrar para a Escola. Isso dá uma média de dois livros por semana entre 0 e 6 anos. Quem quiser cumprir a meta não pode perder tempo.


Fonte: Abrelivros


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